Há algum tempo atrás, ao me posicionar a respeito da polêmica gerada pela afirmação de um humorista brasileiro, envolvendo uma
cantora grávida, também brasileira, não tive dúvidas: ele merecia o processo
que estava sofrendo, pois afirmar, jocosamente, que “comeria” mãe e filho
ultrapassava qualquer limite de humor e resultava em grosseria e desrespeito.
A argumentação a favor do humorista, de que nós,
brasileiros, nos conformamos sem nos manifestar contra a corrupção política
corrente, e que por isto era insensata a comoção em torno desta questão, de
nada me convenceu, visto que, a meu ver, o debate de idéias é sempre
construtivo, e se o mesmo, infelizmente, não acontece no campo político, que se
dê no âmbito moral, então. Nem que seja para exercitarmos nossa capacidade
argumentativa, antes que a percamos de vez.
Voltando agora à polêmica em questão. Hoje, durante um agradável
almoço, conversava com um grupo de amigos e o assunto voltou à pauta. Só que
desta vez, tínhamos – eu e minhas amigas, todas mineiras – a companhia de um
novo amigo, gaucho. Debati com ele sobre o episódio, coloquei minha opinião,
ouvimos a dele. De tudo o que ele disse apenas o fato de ser o humorista também
gaúcho, era novidade para mim. E tenho que admitir que isto contou, porque é
sabido que eles têm lá um “jeitão” mais enfático de expressar, e menos
carregado da moral religiosa que acompanha os costumes nesta parte de cá desta
nossa terra de dimensões continentais. Mas, o que realmente me fez entender que
para o humorista, aquele episódio pode realmente não ter tido nenhuma outra conotação
além da piada, foi vê-lo – nosso amigo - reproduzir a cena, e, pela primeira vez, achar
graça do que foi dito. É, o jeito dele, o tom dele, o sotaque dele... tudo isso
somado, me fez rir sem sentir.
Em vista disto, me obrigo a admitir que pode ter sido
apenas uma piada. Todavia, continuo acreditando que o humorista não foi feliz
ao lidar com as conseqüências da confusão que em função dela se formou. Ao se
dar conta de que outras pessoas se sentiram ofendidas – pois é o que acontece
quando se lida com personalidades públicas, todos se sentem de alguma forma
atingidos – ele poderia ter tido a gentileza de explicar, tendo assim evitado
todo o mal estar que se fez, e, certamente, também o processo judicial.
De tudo, o que fica? Bah! Um salve à oportunidade de entender as diferenças!
De tudo, o que fica? Bah! Um salve à oportunidade de entender as diferenças!
Bah! Como sou eu o amigo supracitado, fiquei pensando que também não tinha entendido direito a oposição dos outros em relação à piada. Assim, acho que o mais interessante é brincar de treinar a alteridade. Um forte beijo, sô!
ResponderExcluirBrigada, gaucho! Adorei brincar de alteridade contigo, espero que tenhamos outras várias oportunidades! Outro beijo, tchê!
ResponderExcluirTeremos, tchê. É óbvio. Vou adicionar teu blog na minha lista lá no meu: http://pensamentofascinante.blogspot.com/
ResponderExcluirUm beijo.
Obrigada, coração! Adicionei o teu blog aqui também, aliás, me empolguei e fiz várias mudanças quando fui fuçar para acrescentar o gadget para os links. Bjim!
ResponderExcluirRevendo conceitos é sempre bom neh amiga?! =D
ResponderExcluirÉ sim, amoreca!
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