quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A libélula



Em um pequeno lago, na água enlameada sob os lírios, vivia um besouro em uma comunidade de besouros água. Eles viviam uma vida simples e confortável no lago, com poucos distúrbios e interrupções.
De vez em quando, a tristeza surgia para a comunidade, quando um de seus companheiros besouros resolvia escalar o tronco de uma almofada de lírio, para não mais ser visto. Eles sabiam que quando isso acontecia, seu amigo estava morto, tinha ido para sempre.
Certo dia, um destes besouros d'agua sentiu um impulso irresistível de subir a haste. Entretanto, foi determinado que ele não ia embora para sempre. Ele iria voltar e dizer a seus amigos o que tinha encontrado no topo.
Quando ele chegou ao topo e subiu para fora da água, para a superfície da almofada de lírio, ele estava tão cansado, e sentiu o sol tão quente, que ele decidiu que deveria tirar uma soneca. Enquanto ele dormia, seu corpo mudou e, quando acordou, ele tinha se transformado em uma bela e azulada libélula com asas largas e um corpo esguio projetado para voar. Então, ele voou! E, como ele subiu, viu a beleza de um novo mundo e uma forma de vida muito superior ao que ele nunca tinha conhecido ou soubesse existir.
Em seguida, lembrou-se de seus amigos besouros e como eles estavam pensando, agora ele estava morto. Ele queria voltar para dizer-lhes, e explicar-lhes que agora estava mais vivo do que jamais houvera estado antes. Sua vida tinha sido cumprida e não terminara. Mas, o novo corpo não iria cair na água. Ele não podia voltar para dizer a seus amigos a boa notícia. Foi quando ele compreendeu: seu tempo viria, e aí eles também saberiam o que agora ele já sabia.

(autor desconhecido)

Um comentário:

  1. Muito bom! Mas como eu já disse... esse besouro é muito sacana! Podia pegar uma folha, morder um bilhete e pôr sobre a água. Até acontecer o mesmo com os amigos eles irão se cagar de medo! Não custava nada dar uma tranquilizada...

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