Aí, num destes domingos da vida, eu, que dormira na casa da minha irmã, acordo com as vozes, risadas e gritos dela e do meu sobrinho, resultantes das brincadeiras e conversas as quais já se tornaram um ritual sempre que a mamãe coruja, e profissional atarefadíssima, tem a oportunidade de ficar em casa e curtir seu "bebê", que conta agora com 7 anos completos.
Já desperta, mas ainda tomada pela preguiça de me levantar e ir ao encontro deles, fico quieta, me esforçando para matar a curiosidade de saber qual é o tema do empolgado diálogo:
- Mas meu filho, você e os meninos (dois coleguinhas da escola) não percebem que aquela guriazinha fica se jogando para os três?
- Ah mãe, a gente sabe, mas você não sabe o que aconteceu sexta, foi muito legal!
- Então me conte!
- A "Fulana" me pediu que eu pegasse para ela a régua que estava no armário. Eu corri e fiz o que ela pediu, bem depressa! Daí, mãe, ela olhou, sorriu pra mim e beijou meu rosto dizendo "Você merece um beijinho!"
- Olha!!! Tá vendo, filho?! Ela está usando você!
- Aaaaa, mãe, então eu GOSTO de ser usado!!!!!!!
Sem alternativas ou argumentos, explodimos as duas - ela de lá, eu de cá, em sonoras gargalhadas, às quais ele, sem se fazer de rogado, acompanhou.
Porém... lá do meu quarto, para além do som das risadas, eu conseguia ouvir o coração da minha irmã... num ligeiro descompasso de quem teme o futuro.
(Qualquer semelhança com fatos reais, não é mera coincidência!)
E olha que só tem 7 anos. Na minha época, qualquer menino com essa idade odiava garotas. Elas estão ficando mais espertas a cada ano que passa...
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