sábado, 3 de dezembro de 2011

O certo


Às vezes, fico pensando como seria o mundo, se cada um tivesse que definir por si próprio o que é certo ou errado, bom ou ruim. Se não tivéssemos molduras, de não fossemos adestrados para nos adequar, o que seríamos? Como seria esta espécie de animais, os humanos, "in natura"?
Realmente, não sei dizer. Não faço a menor idéia de como seria. Só de uma coisa tenho convicção: agiríamos do modo correto. Não pode haver nada de mais adequado neste mundo, do que ser quem a gente é. Sem convenções, sem regras, sem culpas, sem jogos.



 Viveríamos conforme a única lei na qual ainda sinto justiça: a de causa e efeito. Porque também acredito que somos o que fazemos – é, não acho que neste mundo real houvesse lugar para Freud e suas causas inconscientes de fatos psíquicos, nele só haveria lugar para Sartre – e podemos ter paz, desde que consigamos lidar com nossas ações e/ou com as conseqüências delas advindas.
Portanto, atentem, conto de fadas não teriam lugar ali, logo nada de finais felizes para sempre. Como lhe é inerente, a liberdade teria seu ônus: a responsabilidade. Sem nada do que nos limita, também viveríamos sem a máscara que nos protege.



4 comentários:

  1. Seria um mundo diferente, outra maneira de viver, será que conhecer as pessoas sem máscara facilitaria as coisas? as vezes reclamamos querendo a verdade nua e crua e talvez no nosso inconsciente o que realmente queremos é sermos enganados, como se precisássemos da mentira. Mas a verdade é que eu fiquei curiosa em conhecer esse mundo! Tenho a necessidade de ter essa tal liberdade, mas como vc disse, teríamos a responsabilidade em nossa porta, nada é perfeito. Ótima temática amiga!

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  2. É justamente este o ponto, acho que se fossemos simplesmente quem somos, recorreríamos muito menos, ou nada, ao nosso inconsciente. Mas no campo do achismo tudo é possível.
    Obrigada por compartilhar comigo tuas impressões!
    Bjim!

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  3. Temos máscaras o tempo inteiro, mesmo quando saimos de casa somente para trabalhar, e nesse meio caminho que se dá dos preparativos de ir à rua para a tarefa rotineira, já colocamo-nos mascaras. Engraçado como em casa ficamos descuidados, com pijama o dia inteiro, cabelo assanhado... mas é só ir para a rua, que a pessoa não tem a coragem de encarar a porta nesse estado. Afinal, muitas pessoas o verão aquela forma, e que elas vão pensar? Logo, tem que se arrumar para agradar...
    Assim como muitos ao receber visitas em casa, também coloca máscara. Uma pessoa que guarda as xicaras e talheres e pratos e travessas melhores, por exemplo, pra quando chegar uma visita em casa, servi com esses adereços, também está ali colocando uma máscara, afinal, aquilo não é seu dia-a-dia, aquilo não faz parte de sua vida, você só ta querendo causar impressões. E é isto o que se faz a todo tempo, passar impressões "melhores" ou pelo menos daquilo que se acha ser melhor.
    Mas infezlimente isso não se resume só a aparêcia das coisas materias e que são enxergadas com os olhos, essas "impressões" irreais vão muito além disto, desse querer mostrar o que não se é de verdade em questões muito mais imporatntes do que simplesmente arrumar o cabelo para sair, em vez de sempre estar se arrumando para ficar em casa também... mas essa é uma forma que bem define o que as pessoas fazem com seu intimo, tentam esconde-lo a todo momento... jogam com palavras, maqueiam seu discurso com lindas poéticas sobre ela mesma, pra no final causar decepção, e até mesmo se decepcionar por não conseguir ser aquilo que ela gostaria, pois é imposto pela sociedade.

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  4. Adoro ter a possibilidade de saber as reflexões geradas pelo que aqui escrevo. Valeu, Mi! Beijoca!

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